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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Mais uma noticia comprometedora de Sarney e Maranhão 66 de Glauber Rocha



Abin é suspeita de avisar família Sarney sobre processo

Uma interceptação telefônica feita pela Polícia Federal em abril do ano passado, com autorização da Justiça, captou uma conversa entre o senador José Sarney (PMDB-AP) e seu filho Fernando Sarney. No diálogo, o presidente do Senado pergunta ao filho, que é empresário, se ele havia recebido informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), supostamente sobre um processo judicial que, então, corria em sigilo.

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Na gravação de 3 minutos e 32 segundos, no dia 17 de abril do ano passado, Fernando pergunta ao pai se há alguma novidade sobre "aquele meu negócio", que seria um processo sigiloso protocolado na 1ª Vara da Justiça do Maranhão. Sarney responde: "Não, até agora não me deram nada." Fernando prossegue: "Muito bem, mas eu aqui já tive notícia, aqui do Banco da Amazônia." O senador pergunta: "É, né. Da Abin?" E o filho responde: "Também."

A PF informou que a menção à Abin não é suficiente para abrir uma investigação específica a fim de apurar se agentes do órgão passaram para a família Sarney informações sobre uma operação policial em andamento. O suposto vazamento de informações pela agência seria sobre a Operação Boi Barrica, em que a PF investiga a possibilidade de uma empresa de Fernando Sarney estar envolvida com esquema de financiamento ilegal na campanha eleitoral de 2006. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Outra

Com o currículo que tem, José Sarney nem passaria perto do velho PT, pois o escorraçariam a pontapés. O atual, entretanto, lhe deu sinal verde para reassumir a presidência do Senado.


A revista britânica The Economist não é nenhum oráculo, tanto que só disse bobagens sobre o Caso Cesare Battisti. Mas, às vezes, acerta.

Para nossa vergonha, foi da Economist a matéria mais contundente na grande imprensa sobre a volta de José Sarney à presidência do Senado, qualificada de "uma vitória para o semifeudalismo", "um regresso a uma era de políticas semifeudais que ainda prevalecem em alguns cantos do Brasil e puxam o resto dele para trás".

E é mesmo de chorar que, "com o apoio tácito de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente de centro-esquerda do país, ele (...) [tenha sido} escolhido (...) para presidir o Senado".

No fundo, não passa de um coronelão que usa a lábia, versão light do coronelão truculento que foi ACM.

Começou na UDN, partido direitista que passava o tempo todo conspirando contra a democracia, em nome da moralização dos costumes políticos (o mote do combate à corrupção vem de longe e sempre levou água para o moinho dos autoritários). Sarney cumpriu dois mandatos de deputado federal pelo Maranhão, entre 1958 e 1965.

Surpreendentemente, não aderiu de imediato à grande obra da UDN, o golpe de 1964. Mas, em 1965, incorporou-se à Arena, agremiação à qual os usurpadores do poder atribuiram o papel de situação-de-faz-de-conta, já que o poder verdadeiro estava nos quartéis.

Cabia ao MDB (depois PMDB) figurar como oposição-de-faz-de-conta, mas em vários momentos este partido tentou ser oposição de verdade. A Arena, pelo contrário, defenderia até ato institucional decretando que o mundo era quadrado, se os milicos ordenassem.

Foi governador biônico (imposto pela caserna) do Maranhão entre 1966 e 1971 e cumpriu dois mandatos como senador, de 1971 e 1985, sempre como lambe-botas dos militares.

Era nome destacado do situacionismo quando a ditadura começou a fazer água. Evidentemente, colocou-se contra a aprovação da emenda das diretas-já em 1984, mas deu um jeito de encaixar-se na Nova República, desertando no momento certo do PDS (sucessor da Arena).

Apesar das afinidades óbvias com o grupo que formou o PFL, foi mais astuto: abrigou-se no PMDB e conseguiu ser até vice da chapa de Tancredo Neves na eleição indireta para a Presidência da República.

Com a morte de Tancredo, acabou sendo o primeiro presidente do Brasil redemocratizado, embora simbolizasse, acima de tudo, a rendição dos civis aos ultimatos militares.

Com uma política econômica desastrosa (incluindo congelamento oficial de preços e moratória) causou uma hiperinflação que andou beirando 90% ao mês, atrasou a informatização do País e não deu a mínima para os assuntos de Estado que estavam sendo definidos pela Constituinte, preocupado apenas em preservar a duração do seu mandato (que se tentava encurtar).

Seu governo foi catastrófico a ponto de abrir as portas para a eleição daquele que conseguiu fazer o eleitorado crer que seria seu antípoda: Fernando Collor.

Sarney saiu tão chamuscado da Presidência da República que, para eleger-se novamente senador, teve de trocar o domicílio eleitoral pelo do Amapá, numa manobra cuja legalidade foi discutida, não havendo dúvidas, entretanto, sobre sua amoralidade.

Com tal currículo, ele nem passaria perto do velho PT, pois o escorraçariam a pontapés. O atual, entretanto, lhe deu sinal verde para voltar à presidência do Senado.

Ah, ia esquecendo: a obra literária do Sarney é daquelas que faziam o Paulo Francis chorar as árvores sacrificadas para se imprimir porcarias.

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